sábado, 21 de abril de 2012

Escrava do amor



HO escrava insolente,
debochada a gargalhar
apenas saia da senzala
quando teu senhor chamar

Toda segura de si
vai contente estrada a fora
porém seu coração entristece
sempre que ele vai embora

Lhe faz carinho
lhe vela o sono
lhe faz de tudo
e vives no abandono

E todo tempo que ele tem
todo carinho que se expande
è da sinhá de finos tratos
que está lá, na casa grande

As vezes o odeia
quer fugir e não mais voltar
Talvez faze-lo sentir saudades
até seu coração sangrar

Porém sempre que ele chama
Ho, escrava tola, insana
vai correndo para os seus braços
nem se lembra do cansaço
e a si mesmo engana
se esquece de toda raiva
e ainda diz que o ama

Então escrava debochada
insolente ao gargalhar
apenas saia  da senzala
quando teu senhor chamar.





Do livro  folhas de outono
de Rosângela Verde.
Editora Edicon.







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