quarta-feira, 25 de abril de 2012

Segredo no sonho



Sonhei que estávamos no litoral
e que conversávamos brincando na areia
esperando o ansiado alvorecer
nos despedimos da lua cheia

e caminhando prolonguei a conversa
porque tinha algo a lhe dizer
mas por timidez me faltaram palavras
e  que desejei não pude fazer

Perguntei então como você estava
_ Bem! Respondeu você sorrindo
Continuei então caminhando
olhando o horizonte infindo

Em determinado momento
meu coração se encandeia
olhei para trás e vi você tão belo
ali escrevendo algo na areia

Por poucos instantes levantou o rosto
e talvez por timidez sorrindo partiu
meu coração em silêncio pediu que ficasse
talvez não ouviu, talvez não sentiu

Fui ler o que estava escrito na areia
Talvez para tentar lhe entender
Naquele momento fiquei surpresa
ao ler eu te amo mas não sei como dizer.


                                             

                                                          Rosângela Verde
                                                          Folhas de outono











sábado, 21 de abril de 2012

Escrava do amor



HO escrava insolente,
debochada a gargalhar
apenas saia da senzala
quando teu senhor chamar

Toda segura de si
vai contente estrada a fora
porém seu coração entristece
sempre que ele vai embora

Lhe faz carinho
lhe vela o sono
lhe faz de tudo
e vives no abandono

E todo tempo que ele tem
todo carinho que se expande
è da sinhá de finos tratos
que está lá, na casa grande

As vezes o odeia
quer fugir e não mais voltar
Talvez faze-lo sentir saudades
até seu coração sangrar

Porém sempre que ele chama
Ho, escrava tola, insana
vai correndo para os seus braços
nem se lembra do cansaço
e a si mesmo engana
se esquece de toda raiva
e ainda diz que o ama

Então escrava debochada
insolente ao gargalhar
apenas saia  da senzala
quando teu senhor chamar.





Do livro  folhas de outono
de Rosângela Verde.
Editora Edicon.







sexta-feira, 20 de abril de 2012

De como enganei o sol




De como enganei o sol


Acordei de manhãzinha
e dei um pulo da cama.
Vesti o calção vermelho,
a camiseta listrada,
que eu ganhei da minha avó,
calcei o tênis de briga,
tomei café e voei
pro campo de futebol.


Tremenda decepção:
o céu estava cinzento,
o frio estava cinzento,
o sol estava cinzento,
ameaçando um toró.


Voltei pra dentro de casa, 
fui pro quarto me trocar.
Vesti a calça de brim, 
camisa e meia de lã,
um suéter bem fechado
e desci mais conformado:
- vou pra casa do Rodrigo
com meu time de botão!


Saí na rua e parei.
Não sei se foi pelo vento,
por encanto ou por mistério, 
não sei por que cargas-d`água,
a verdade é que lá fora
estava um tremendo solão.
corri de volta pro quarto,
pus calção e camiseta,
saí lá fora e voltei,
porque já estava chovendo.


Entrei no quarto xingando,
quase tive um piripaque,
dei gritos assustadores,
fiz careta e até chorei.


Então me veio uma idéia,
um truque, um plano perfeito:
vesti capa, guarda-chuva,
gorro, luva e sobretudo, 
saí de casa direto
pro campo de futebol.
joguei de galocha e tudo
E assim enganei o sol!




Ricardo Azevedo







A pequena luz


quinta-feira, 19 de abril de 2012

Soneto de fidelidade




De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama


Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
                                                      




                                                Vinicius de Moraes







quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sê fênix


De dor, arrefecido peito estrangulado
Em combustão por desdita solidão
Como fênix sobrevivi mil vezes
Se sofri, chorei, fui ao chão
Tornei-me em cinzas , virei pó
Renasço... por vezes
Num vôo soberano 
Asas imponentes me renovam 
No calor de um grande amor
Regenerada, pura e pronta estou
Sou mesmo assim...
Boto a mão no fogo pra queimar 
Queimo-me por gostar
Sou ave imaginária
Sou mito, perdulária (...?)
Não importa qual janela vai se abrir 
Qual brecha vai a réstia entrar
De coração sempre a pulsar
meus olhos sentimentos a espelhar
Meus versos são fagulha de prosa estelar
Segredando aos adormecidos mortais.
Mitológica vou voar 
Sou fênix, me permito sonhar.


Alice Poltronieri

Olá!





Já faz muito tempo que não passo por aqui não é?
Me perdoem, mas andei envolvida com outro projeto
pelo qual fiquei tão apaixonada que  acabei deixando este
espaço um pouco de lado.
Mas não esqueci , vou tentar voltar com maior frequência.
Trouxe um pequeno poema que fala um pouco de todos nós.


Amizade virtual


Estagiando pela vida
somando vidas a alma
a caminhada sofrida
na fé encontra a calma


Em outras almas queridas
que acalantam os sentimentos
e sem querer estão inseridas
na corrente do desprendimento


E chegam tão despretensas
aconchegam-se ao nosso dia
trazendo uma paz intensa
que a gente nem conhecia


E assim sigamos em frente
Tamujunto e misturado
ligados pela internet
de longe mas lado a lado.

Rô Verde.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Penso logo existo

Por que as pessoas parecem as vezes ter medo de fala o que pensa?
A impressão que dá é que a nossa mente está acostumada a pensar 
da forma que a TV ensina.
Parece  que o cérebro desenvolve uma forma de pensar automatizada.
E quem pensa por si mesmo parece ofender.
Nos querem todos iguais para ser mais fácil manter o controle, 
como se fossemos vaquinhas de presépio impondo ideias formadas nocivas,
roubando nossa capacidade de raciocínio.
E essa forma de controle dá cria. As pessoas aprendem rápido, os que se acham mais espertos usam em causa própria.
E isso sai da política que controla algumas grandes redes de tv migram 
para as ceitas religiosas controladoras.
Prova disso é o emburrecimento da população. 
Qualquer barulho que chamam de música falando palavão e com uma mulher
com apelido de fruta remexendo faz sucesso.
"Conhecereis a verdade e ela te libertará- João 8;32"
"Quem pensa por si mesmo é livre e ser livre é coisa muito séria   (Renato Russo)"



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Desrespeito e auto-respeito




O estágio pela vida muitas vezes nos traz situações
dolorosas as quais nos prendemos sem a menor necessidade,
simplismente por pura escolha.
Quando a gente sabe que uma pessoa nos magoa, por exemplo
e ainda insiste em manter uma relação próxima,
seja de amor ou amizade.
Ficamos tentando por vezes ganhar a aprovação de quem não
nos valoriza e mascarando seus defeitos para não admitir que 
nos faz mal, dando a desculpa que a pessoa falou num momento 
de raiva ou que ela vai mudar, só para não ter que enxergar a
verdade ter que tomar uma atitude.
Mas tudo tem limite, uma hora tudo tem que ter um fim.
Porque quem não te respeita se acostuma em magoar você
e não merece seu apreço.