Estive hoje visitando pessoas que adoram me criticar quando não estou presente e reparei uma coisa engraçada, quando chego perto delas, fazem questão de sorrir, me paparicar com pequenas gentilezas e também me mostrar seus projetos
como se esperassem por minha aprovação.
Será que podemos concluir que sua crítica na verdade é pura admiração?
Talvez sim, talvez nem elas mesmas dão-se conta disto e criticam apenas para sentirem-se melhores ou afirmarem que são tão ou mais capazes de fazer algo importante como eu.
Pretensão? Não, prefiro enxergar assim do que acumular sentimentos negativos que só fariam mal a mim mesma.
Deixei de ser ingênua.
Passei muito tempo da minha vida acreditando nas pessoas apesar de tantos desencontros...mas hoje finalmente consigo enxergar que ninguém é totalmente bonzinho só porque sorriu para mim e me fez confidências...Demorou mas entendi, é a lei da sobrevivência.
De todas as coisas que se pode aprender, a mais dificil é vencer a si mesmo,
seus desejos nocivos, intensos, desnecessários a vida atual.
Muito fácil saber o que é certo, mas fazer o que é certo é muito difícil...
Como os planos que fazemos no primeiro dia do ano e nunca cumprimos.
Pequenos defeitos morais que reconhecemos em nós mesmos
( quando reconhecemos ) são tão dolorosos de se extinguir que mais parecem uma amputação de algum membro.
E aí quando fraquejamos e eles aparecem destrutivos, as vezes as consequencias
são catastróficas e trazem arrependimento como efeito colateral.
Mas a vida é assim...vamos estagiando aqui na terra enquanto temos tempo.
Passei tanto tempo sonhando
Em mudar de casa mudar de cidade
E depois da ansiada mudança
Passo todo tempo remoendo a saudade
Saudade da minha velha casa
Saudade da vizinha implicante
Saudade do bebâdo local
Que me aporrinhava a todo instante
A verdade é que o momento
Todo ele é importante
Fica gravado na memória
E vem a tona a qualquer instante
Em que algo desperte a lembrança
Que estava adormecida
Aquilo que fez aliança
com a felicidade esquecida
Mesmo quando no momento
A gente não se dá conta
O intímo grava em silêncio
Um filme que edita e monta
E só nos mostra depois
Quando nem lembramos do passado
Para provar que a gente é incapaz
De valorizar o que é amado.
Rô verde